sábado, 29 de dezembro de 2012

Convertemos VHS para DVD

-Bom dia.
-Bom dia... a mocinha está bem? Está tão pálida.
-Cuide de sua vida.
-Tudo bem... o que deseja?
-Converter essa fita para o dvd. Os tempos modernos ferraram com o meu negócio.
-A senhorita não foi a única. Está mesmo se sentindo bem? Está tão molhada que parece que saiu da piscina agora.
-Já mandei ficar quieto.
-Certo, o serviço levaria apenas o tempo que a fita exige para passar no aparelho.
-O senhor vai assistir ao meu filme?
-Sim, é necessário: eu acompanho a fita passando na tv para garantir que nada dê errado.
-Já esperava.
-Quando a senhorita poderia vir buscar?
-Depois da conversão pronta? Eu te telefono, depois disso... sete dias.











Mas que piadinha de bosta...



sábado, 31 de março de 2012

Os aterrorizantes clichês

Não é exagero afirmar que os filmes de terror, ao lado das comédias (principalmente românticas) são as vertentes cinematográficas que mais apelam aos clichês. Ainda que falar mal deles e tentar escapar dos mesmos sejam, talvez, os maiores dentre os maiores clichês, eis algumas manias irritantes que os filmes de terror usam que conseguem deixar os espectador com a velha sensação do dejavu (que não é o infame grupo musical de tecnobega, tampouco o ainda mais ignorado grupo de mpb que entoa "jogas as chaves foraaaaaaaaaaaaaaaa....").


1) Calma, é tudo um sonho.
Lá está você, sentado após noventa minutos de sustos (ou pelo menos, tentativas de tanto). A trama foi se tornando cada vez mais complicada, e você acha praticamente impossível que o roteirista resolva as pendengas que deixou em aberto, ou que consiga justificar tantas coisas esrúxulas que foram pululando em sua tela. Lá está a mocinha, duelando contra dois espíritos, uma horda de zumbis e um Chuck Norris armado com uma pluma de ganso (nunca duvide da hablidade desse homem) quando, de repente, quando a morte parecia inevitável, a tela se clareia intensamente e a personagem volta de um coma induzido no hospital. Cabe a você, espectador, a sensação de ter sido feito de trouxa por um roteiro sem pé nem cabeça, uma vez, que, dentro da mente humana, como diria Tim Maia, vale tudo.
Alguns filmes tentaram inovar e mostram, pouco após a sensação de que tudo está bem, que a cara do médico é a mesma cara do espírito que encheu o saco dos protagonistas ao longo da película, ele dá um sorriso sacana, do estilo "o que é teu tá guardado" e os créditos começam a rolar. Gostaram da idéia, surgiu um novo clichê.
"Estou de saco cheio desses sonhos" Sigmund Freud, em correspondência trazida por Mercúrio a Marcello Zanfra


2) Variações do mesmo tema sem sair do tom
O arrependimento é, para o cristianismo e para o ser humano inteligente, um sentimento dos mais nobres. Todos temos do que nos arrepender, mas ninguém tanto quanto Bram Stoker. Drácula é um ótimo livro, a adpatação de Coppola, igualmente, é. Infelizmente, o simpático conde tem de aturar releituras das mais bizarras envolvendo seu nome, e recentemente, seu arquiinimigo o Professor Abraham Van Helsing, que, de um filósofo metafísico e ocultista, virou alguém semelhante ao Wolverine. "Drácula 2000", "Drácula contra-ataca", "Drácula, ninguém segura esse vampiro", "Porra, ninguém sabe matar vampiro nessa terra, não?". Não falta muito para termos a seguinte chamada na seção da tarde. "Um vampiro muito louco, aprontando todas com a galera da Transilvânia, em alto clima de azaração com a noiva de Jonathan Harker".

"Vou empalar o autor da próxima releitura" Conde Drácula, em correspondência trazida por Mercúrio a Marcello Zanfra.


3)Momento "Suspeitei desde o princípio"
Os filmes de suspense prezam pela surpresa do espectador, para tanto, os roteiristas buscam criar tramas rocambolescas e cheia de peripécias, a fim de que o público seja constantemente enganado e tendo acesso ao ouro apenas no final, muitas vezes, após os créditos, apenas. Temos, portanto, uma espécie de novela mexicana assustadora, embora a maioria delas já seja, onde em momentos de menor inspiração, o fantasma que matou quase todos, diz com um tom emocionado: "Eu sou seu pai, Felipe Roberto". Até aí, sem problemas, mas, haverá sempre aquele discípulo de Sherlock Holmes, que deste, só possui a prepotência, disposto a falar: "eu já tava mesmo achando que aquele passarinho cuco que apareceu só nos créditos de abertura era o assassino".

"Bem que você suspeitou que eu tava morto é o cacete" Bruce Willis sobre "O sexto sentido" em correspondência trazida pelo carteiro para Marcello Zanfra


4) Velocidade e lugar errado na hora errada
Qualquer um que tenha passado por uma situação que dê medo, seja ela uma tentativa de assalto , ou estar sozinho em casa com a luz apagada correndo para a cama, sabe que o medo tem uma grande vatagem para o homem: ele triplica a velocidade de corrida da pessoa (desconfio que seja por isso que o sinal de largada nas corridas é o disparo de um revólver). Em um filme de terror, portanto, onde está em jogo vida, ou a alma da personagem, qualquer Barrichelo vira um Robson Caetano, nada desses clichês onde os zumbis, seres mais mortos do que vivos, por definição, conseguem correr mais do que alguém desesperado. Não adianta falar que caiu ou tropeçou, na hora da covardia, não há espaço para ficar no chão, a recuperação é mais do que imediata. Ah, e por favor, se o barulho do fantasma vem da cozinha, fique na sala, e vice e versa, não é tão difícil sobeviver se pensarmos assim.

"Na próxima vez a gente liga pro disk pizza, ok?" Zumbi ao ver a velocidade da refeição em desespero.


5) Todo esforço é em vão.
Se um belo dia você perceber que sua vida se transformou, por motivos que até Deus duvida, em um filme de terror, se acalme e aguarde a morte estoicamente. Não adianta criar esperanças, não tire a Samara do poço, não faça aquele experimento místico que você encontrou no livro da Palmirinha. Nada vai dar certo. Um filme de terror tem em média noventa minutos, os cinco finais são dedicados a mostrar que todo o esforço fracassou e a criatura sobenatural venceu. Minha dica: aproveite pra tirar uma com a cara do fantasma, xingue bastante, comente que o time dele perdeu no domingo, em suma, deixe-o bastante irritado para que ele te mate rapidinho. Outra alternativa é se suicidar logo e poupar o tempo de aborrecimento do espectador.
"Belos conselhos" Sêneca sobre essa postagem em mensagem trazida por Mercúrio para Marcello Zanfra


"Até que enfim acabou essa porcaria" Leitor sobre esse texto.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Michel Teló

Não me envolvo em polêmicas. Em conversas, se você quiser perguntar sobre aborto, religião, PM no campus ou qualquer outro assunto que irá suscitar brigas verbais (ou não), saiba que eu me abstenho de comentar. Lido com as questões, da mesma maneira com a qual lido com a comida que recentemente deixou o fogão, deixo esfriar, observando as reações daqueles que agem pelo calor do momento ou pela fome.
Antes de eu comentar, vejamos o que foi dito a respeito dessa pessoa e daquilo que, se não me engano, se chama "Ai se eu te pego".
Reação I


"Que maravilha de Música!!! Muito sucesso para vc, Michel, tudo de bom. O Brasil precisa de artistas como você!!!"
Reação II



"E daí que é uma merda? Pra
dançar com a mulherada está ótimo!!"
Reação III

"Eu gosto de Michel Teló, sim. Minha opinião tem de ser respeitada e ninguém nem nada com isso"
Reação IV


"O que aconteceu com a música verdadeira? Onde está o rock, a MPB e a Bossa Nova? Socorro, Cartola!!"
Reação VI

"Ele, na verdade, representa a cultura popular, uma vez que, cultura é tudo aquilo que se produz, ou, para usar o vocábulo latino, cultiva. Não devemos jamais julgar nosso gosto superior e etc. etc. etc."


E quanto a mim... Sabe que eu esqueci o que eu ia falar...

sábado, 28 de janeiro de 2012

7#Coisas que eu odeio no futebol

O modelo do texto devo ao http://www.puxacachorra.blogspot.com/ que fortemente me influenciou, ainda que o meu seja inferior. Todos sabem que o futebol é uma das grande paixões nacionais, não sem críticas marxistas de alienação, ou trabalhistas devido ao astronômico salário que seus praticantes recebem. Meu posicionamento é de alguem que saboreia tal arte sem se tornar refém, ou chato por isso. E já que o assunto é chatice, eis aqui alguns elementos que me deixam de cabelo em pé quando o assunto é o ludopédio.

1)Religiosidade: Uma das coisas que o catolicismo me ensinou, foi que diante de Deus, todos são iguais. Logo, é lícito supor que, se Deus não tem preferências entre classe social ou sexo, por exemplo, ele não teria preferências por times de futebol. Os jogadores, desde o profissional até a várzea, não pensam assim: logo que podem, rezam um pai nosso pedindo a vitória para eles ou dizem na entrevista pós-jogo que "ganharam graças a Deus". Consigo até imaginar Deus sentado diante da televisão reclamando do infeliz dia em que criou esse juiz que não deu o pênalti para o time que gritou: "PAINOSSOQUEESTÁISNOCÉU..." mais alto que o outro.



Sem palavras...


2)Galvão Bueno em A síndrome do futebol africano: Todos conhecemos o futebol africano: é aquele cheio de promessas de força, velocidade e malandragem. Começa o jogo e leva o primeiro gol, empata em seguida e faz uma dancinha pra comemorar, leva mais dois e acaba o jogo feliz, abraçados com os seus ídolos do time adversário. Galvão, isso não se aplica a todos os times do universo: nem todo mundo sonha em perder para o Brasil, nem todo mundo fica feliz por que levou só três a dois da nossa seleção. Por mais absurdo que pareça, muitos querem ganhar da gente!

3)Galvão Bueno em "Que venha a Argentina!!!": acabamos de ganhar de dois a um na prorrogação da Bolívia, sendo que nosso primeiro gol foi uma falha do goleiro deles. O próximo jogo do campeonato é contra os hermanos e eis que Galvão Bueno grita com uma confiança que sabe Deus de onde ele tirou: "Que venha a Argentina!!". Eu pensava em algo semelhante: "Que venha a Argentina, duvido que nos encontrem escondidos de baixo da cama". Muitas vezes o Brasil realmente ganha, mas enfim...



Poderia ser chamado de Ostra, de tantas pérolas que já nos ofereceu...




4)Maus perdedores: Eu sou a favor do Bulling quando o time adversário perdeu, (é para isso que esse esporte serve!), desde que, quando a situação se inverter, você aceite ser sacaneado. Nada de ficar tentando sabotar a alegria alheia, ok? Perdeu esse jogo? Aceite. Nada de discursinhos do tipo: "Seu time não tem libertadores", "Faz não sei quantos anos que seu time não ganha um título", "O meu tem X Brasileiros, X Libertadores e X mundiais...", "E daí que perdemos, eu amo meu time até o fim!!". Todos sabem que tais afirmações são verdadeiras, mas na hora de levar o dois a zero no domingo, não ajudaram em nada.


Perdeu, perdeu!!



5)Poesia futebolística: Com exceção dos modernistas e de bons compositores, não é qualquer um que consegue fazer poesia sobre o futebol. Peço atenciosamente ao poeta que também apresenta o reality show Grande Irmão que evite coisas do tipo: "Bola rola, chama a grama ao contato dos pés, dispara canhão afetivo, rede balança, vibra a torcida, esquecida dos problemas da vida"



Parceria de Manuel Bandeira e Pedro Bial



6)As uvas verdes do campeonato paulista: Sempre que algum time ganha um campeonato paulista, os invejosos ao redor saem gritando que não ligam para tal competição, que é um título sem expressão, que jamais se importaram com o "Paulistinha". Qual é? Se é tão sem graça, por que vocês jogaram e sua torcida gastou o dinheiro do salário lotando os estádios?




"Nem queria ser campeão mesmo..."



7)Torcedores extra-campo: Sim, agora que para levar mais um dinheirinho os times patrocinam até disputa de bolinha de gude (quem deve estar felíz é o insuportável Esporte Espetacular), é comum ver pessoas acompanhando fórmula 1, carnaval, UFC, e tantos outros dizendo que estão representando seu clube. Se algum time quiser patrocinar minhas traduções do latim, eu aceito.


Mais, fica pra depois. Tá na hora de jogar um pouco.