quarta-feira, 25 de maio de 2011

Como diria Juvenal

difficile est saturam non scribere.

Se era difícil não escrever sátira naqueles tempos, hoje em dia nem mesmo o mais cego dos homens conseguiria evitar. E é para isso que serve esse trambolho que eu pretensiosamente chamo de blog. Se você quer desabafos, reflexões metafísicas, problemas amorosos ou existenciais, procure em outros dos muitos textos que há por aí, eu não sirvo para isso. Não sei se já disse, mas para mim é difícil não escrever sátira.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Com o perdão de Shakespeare

Se há algo que eu odeio no mundo, são as propagandas dos cursos de Inglês. Sempre aparece um rapaz franzino e de óculos (é aqui que meu orgulho se fere, caso não tenham reparado) que perde uma garota muito bonita, unicamente porque, ao contrário do galã, não sabia dizer: "Hello, give me a kiss, girl". Então, a você que também se irrita com tal jogada de marketing(o estrangeirismo não foi intencional) ,eu lanço como seria minha propaganda de um curso de inglês:

Entra um rapaz de cabelos desgrenhados e barba por fazer com um violão. Ele senta e começa a tocar e cantar:
"Você disse oi, e eu disse tchau"
Passa um empresário e diz:
"Toma vergonha na cara, que diabo de música é essa?"
Ele altera seu repertório:
"Fumaça na água... fogo no céu!!"
"O que que isso quer dizer, garoto? Canta alguma coisa que faça sentido!"
Surge então um homem que diz:
"Se ele falasse inglês, suas músicas seriam um sucesso e ele estaria rico. Venha para a nossa escola de idiomas!!!"

Tá na cara que vai colar, né? Não? Tudo bem, eu sou de letras mesmo, não de publicidade...

quarta-feira, 11 de maio de 2011

FFLCH Convida:




Breja das Almas: Tomando uma com Drummond.
Já que tudo acaba em cervejada...




segunda-feira, 9 de maio de 2011

Qual é o seu talento?

-Boa Noite.

-Boa Noite.

-Qual é o seu nome, bichinho?

-Eu sou Marcello Peres Zanfra.

-Nossa, mas três nomes não é coisa de artista... que tal só Marcello Zanfra?

-Ok.

-De onde você vem?

-Eu sou de São Paulo Capital, mesmo.

-E qual é o seu talento?

-Eu falo Latim.
.....................................

-É sério?

-Sim.
-Sério mesmo?

-Sim, eu também leio e traduzo Plauto, Cícero, Salústio, Virgílio, Catão e a turma toda.

-E para que serve isso?

.......................................
-Bom, eu acho legal...

-Olha, você me desculpe, mas para nós e para grande parte da platéia isso não serve pra nada. (uuuuhhhhhhhhhhh). Faça o favor de se retirar.

-Tudo bem...

-Por favor, manda entrar o cover do Justin Bieber que planta bananeira no piso em chamas.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Um encontro com o Demo

Outro dia, lendo um gibi do Cebolinha, algo chamou minha atenção. Era um personagem que até então, passara despercebido pelos meus 19 anos de leitura fiel às produções de Maurício de Souza. Seu nome é Nico Demo.

Trajava uma roupa estranhamente formal para um garoto de sua idade (algo próximo à um smooking ou fraque), e tinha os cabelos loiros dividos de uma forma próxima a dois chifres, que combinados com seu nome, formam uma imagem sugestiva.

Pesquisei então na internet e descobri que ele fora criado em 1966, mas por apresentar um humor politicamente incorreto, e por vezes "negro", fora posto de lado por Maurício. Pude ver algumas tiras, e constei que realmente apresentam temas como a morte e mazelas sociais de modo não muito adocicado, como seria característico da turma da Mônica.

Nico foi lançado no período de vigência do regime militar ditatorial brasileiro, num momento onde a fuga à inocência das personagens era um modo de contestação e até de provocação. Porém, os tempos politicamente corretos baniram o personagem, talvez acreditando que ele não fosse adequado a um púbico infantil que atravessa uma fase de construção de valores e caráter.

Infelizmente, os tempos atuais me mostram que um garoto de tendências diabólicas é o menor dos problemas que podem existir.

domingo, 1 de maio de 2011

Datas comemorativas

Ao contrário de antigamente, sou contra as datas comemorativas. Não é por algum motivo clichê como uma crítica ao consumismo no qual essas ocasiões se tornaram, nem pelo orgulho ateu que vem emergindo e que acha que Natal e Páscoa não representam nada, nem por uma mentalidade reacionária que acha que temos que trabalhar incessantemente e que feriados são malvindos (perdoem o possível erro com o hífen). Mas sim, por algo realmente transcedental e que preza pelo bem público: Não aguento mais comerciais da Dolly com aquele monstrinho verde abraçando Papais-Noéis, Coelhos da Páscoa e recentemente, suas mães.